Prefeito de Criciúma e mais nove são presos em operação que investiga crimes envolvendo serviço funerário

  • 03/09/2024
(Foto: Reprodução)
Há indícios de que alvos tenham cometido crimes de corrupção ativa, fraudes de licitação, organização criminosa e crime contra a ordem econômica. Prefeito nega envolvimento. Prefeito de Criciúma é preso em operação que investiga crimes envolvendo serviço funerário Reprodução/Redes Sociais/ O prefeito de Criciúma (SC), Clésio Salvaro (PSD), e outras nove pessoas, incluindo agentes públicos e empresários (veja lista), foram presos nesta terça-feira (3) em uma operação que apura crimes relacionados à concessão de serviço funerário no município do Sul de Santa Catarina. Salvaro está em seu segundo mandato e, portanto, não pode concorrer à reeleição. Conforme a decisão que autorizou a operação, assinada pela desembargadora Cinthia Bittencourt Schaefer, a investigação teve início após denúncias de possível fraude em um processo licitatório para a contratação de empresas de serviços funerários na cidade. ✅Clique e siga o canal do g1 SC no WhatsApp A apuração aponta que houve alteração na legislação municipal que resultou na redução do número de funerárias habilitadas a operar na cidade. "As investigações revelaram um complexo e permanente esquema de supostos crimes contra a administração pública e consumidores em Criciúma, sobretudo no controle do serviço funerário", cita o documento. O prefeito Clésio Salvaro negou participação no crime e afirmou que não há nada que possa incriminá-lo (leia detalhes mais abaixo e veja o que disseram a defesa dele, a prefeitura e o partido). De acordo com o despacho, ao qual o g1 teve acesso, foram encontrados indícios da prática dos seguintes crimes: corrupção ativa fraudes de licitação organização criminosa crime contra a ordem econômica A ação desta manhã é a segunda fase da Operação Caronte, iniciada em 5 de agosto deste ano, quando buscas foram feitas na sede da prefeitura de Criciúma e na casa do prefeito. Na época, foram cumpridos sete mandados de prisão pelo suposto esquema no serviço funerário. Clésio Salvaro, prefeito de Criciúma, é preso em operação Outros alvos Entre os alvos da operação desta quarta, também há servidores da Secretaria de Assistência Social, empresários e funcionário de empresa. Veja quem são os alvos e leia, mais abaixo, o que disseram as respectivas defesas: Juliane Abel Barchinski - servidora da secretaria de Assistência Social de Criciúma Juliano da Silva Deolindo - advogado da secretaria de Assistência Social Fábio André Leier - administrador de uma das empresas investigadas Guilherme Mendonça - empresário de Jaraguá do Sul Gilberto Machado Júnior - empresário de São José Eduardo D’Avila - gerente de empresa Luiz Henrique Cavali - gerente de empresa Helio da Rosa Monteiro - empresário Henrique Monteiro - empresário 17 presos por esquema em serviço funerário Os investigados foram detidos nos municípios de Jaraguá do Sul, no Norte catarinense, São José, na Grande Florianópolis, e em Florianópolis. "Com o cumprimento das prisões no dia de hoje, agora todos os 17 integrantes da organização criminosa encontram-se presos preventivamente", informou o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). Três vezes prefeito e polêmicas: quem é Clésio Salvaro Comandada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) e o Grupo Especial Anticorrupção (GEAC), ligados ao MPSC, a operação também teve apoio da Subprocuradoria-Geral de Justiça para Assuntos Jurídicos. Os detidos desta manhã foram submetidos a exame de corpo de delito e levados para o sistema prisional, onde aguardam audiência de custódia. Primeira fase da operação Iniciada em 5 de agosto, a primeira fase da Operação Caronte cumpriu sete mandados de prisão preventiva e 38 mandados de busca e apreensão. Conforme as autoridades, as investigações começaram em 2022. Segundo o Ministério Público, os alvos da primeira etapa foram denunciados em 20 de agosto pelos crimes de organização criminosa, fraudes licitatórias e contratuais, corrupções, crimes contra a ordem econômica e economia popular envolvendo a concessão de serviço funerário de Criciúma. Naquela ocasião foram analisadas provas e ouvidos 38 depoimentos. PRIMEIRA FASE: Investigação de serviços funerários motiva operação em SC Origem do nome da Operação Caronte A operação Caronte faz alusão ao barqueiro de Hades (mitologia grega), que carrega as almas dos recém-mortos sobre as águas do rio Estige e Aquerante, que dividiam o mundo dos vivos do mundo dos mortos. Aqueles que não tinham condições de pagar certa quantia, ou aqueles cujos corpos não haviam sido enterrados, tinham de vagar pelas margens por cem anos. O que disse o prefeito Em um vídeo divulgado pela equipe de Clésio Salvaro logo após a confirmação da prisão dele, o prefeito afirmou que um dos grandes projetos dele era regularizar a central funerária da cidade. Além de negar participação em crimes, Salvaro citou questões políticas: "Eu tenho certeza da minha inocência. Jamais, em momento algum e o processo vai ficar livre. Não há dolo, não há intenção, não há vantagens, não há absolutamente nada, nada, nada que possa me incriminar", disse o político em um trecho do vídeo. O partido de Salvaro, o PSD, também divulgou nota manifestando sobre a prisão: "O PSD de Santa Catarina e o PSD de Criciúma acompanham com atenção a prisão de um dos seus grandes líderes, Prefeito Clésio Salvaro, com uma administração muito bem avaliada pela população. O ato ocorre faltando poucos dias para a eleição municipal. Não queremos crer em qualquer interferência política nesta decisão, o Partido aguarda e confia na justiça em todas suas instâncias." A defesa de Salvaro também publicou uma nota afirmando ter sido surpreendida com a prisão do político, "não apenas pelo fato de já haver denúncia oferecida, mas pela inexistência de qualquer fato novo que justifique essa medida extrema e, principalmente, pela ausência de justa causa para a própria ação penal, uma vez que os argumentos apresentados pelo Ministério Público estão longe de caracterizar qualquer prática criminosa do Prefeito, senão o exercício legítimo do seu múnus público". Em nota, a Prefeitura de Criciúma afirmou não ter sido "comunicada oficialmente acerca dos fatos veiculados na mídia em geral, envolvendo o Prefeito Clésio Salvaro". O que dizem as defesas dos demais alvos Gilberto Machado Junior e Luiz Cavalli: Ambos são defendidos pelo escritório Ferreira & Schaefer Martins Advogados. O advogado Francisco Ferreira diz que ainda não teve acesso à decisão, mas que pelos fatos iniciais entende que não há contemporaneidade, o que não justificaria as prisões. Fábio Leier e Guilherme Mendonça: São defendidos pelo advogado Hélio Brasil. Ele alega que não há fatos novos que motivariam a prisão, e que já há denúncia da primeira fase sem que houvesse mudanças no cenário da investigação. Eduardo D’Avila: é defendido por William Shinzanto, que foi procurado pela coluna, mas não atendeu à ligação. Helio da Rosa Monteiro e Henrique Monteiro: São defendidos por Marco Antonio Colombo Zapellini, que disse que não vai se manifestar antes de se inteirar sobre a investigação. Juliano da Silva Deolindo: o advogado dele é Thalys Ricardo Batista. O defensor não irá se manifestar por enquanto e está lendo a decisão. Juliane Abel Barchinski: a reportagem não teve acesso à defesa dela. ✅Clique e siga o canal do g1 SC no WhatsApp VÍDEOS: mais assistidos do g1 SC nos últimos 7 dias

FONTE: https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2024/09/03/prefeito-criciuma-preso-operacao-investiga-crimes-servico-funerario.ghtml


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